Cientistas brasileiros...
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Dr. Carlos Chagas. |
Isso é sério.
Pouco mais de 100 pessoas, em um universo de quase dois mil disseram que conhecem o nome (nem precisa ser os feitos) de algum cientista made in Brazil. E o negócio não muda tanto quando se olha o nível de escolaridade. Entrevistados que disseram ter ensino superior completo (a faculdade), apenas 19,3% responderam sim para a mesma pergunta. E estamos falando de uma amostra que se diz interessada ou muito interessada por ciência e tecnologia (60,9% dos entrevistados, somados).
Por isso, é interessante ações como do Canal Futura que, em parceira com o SESI, criou uma série de 30 animações curtas (cerca de cinco minutos cada), apresentando o trabalho de algum grande cientista brasileiro! A animação é muito bonita e apresenta, até mesmo para os interessados em ciência, sobre cientistas que muitas vezes, não sabíamos de seus feitos.
Deixo abaixo, a animação de um dos meus cientistas brasileiros mais queridos, o Dr. Carlos Chagas, responsável pela descoberta do ciclo do Trypanosoma cruzi, a doença de Chagas.
"E, um bigodão!"
Eles estarão sempre publicando os vídeos no canal do SESI, no Youtube. A playlist com todos os vídeos pode ser acessado aqui.
Vale a pena dar uma olhada nesse material e aprender mais sobre o desenvolvimento da ciência em território tupiniquim.
Rodapé:
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Enquanto escrevia essa postagem, acabei digitando os parágrafos abaixo. Percebi, então, que estava fugindo muito do que estava querendo apresentar originalmente e o descartei da postagem. Mas vi que o meu desabafo sobre a ciência brasileira atual poderia ainda ser aproveitado de alguma forma. Portanto, segue abaixo esse 'material complementar' a essa postagem.
A ciência nacional não anda muito bem das pernas, mesmo em um momento em que mais precisamos dela. Em uma nota à imprensa feita pelo Ministério da Saúde essa semana, relacionando os casos de microcefalia ao vírus zika, ressalta a relação até então inédita na ciência mundial e dá a entender que devemos estar na frente na investigação em busca de entender toda a ação do vírus na mãe e no feto.
Gente, isso se faz com ciência!
Se faz com material adequado e pessoal preparado para trabalhar com isso. E sim, envolve dinheiro. Não compra-se reagentes fazendo carinha de dó para o fornecedor.
Isso se reflete em situações tão estranhas que parecem piada. A neurocientista Suzana Herculano-Houzel, cientista brasileira, publicando artigos interessantíssimos sobre o cérebro em revistas de alto impacto, precisou apelar para um crowdfunding[2] para manter as atividades do laboratório funcionando.
É preciso a população entender que a ciência não busca coisas impalpáveis que não serão aplicadas no dia-a-dia. O material que foi usado para evitar atritos em componentes aeroespaciais (sim, usados pela NASA) estão em praticamente qualquer cozinha atualmente. O teflon foi desenvolvido para sanar um problema aeroespacial e acabou, literalmente, na panela.
Mas que isso ocorra, é preciso que as pessoas entendam como funciona a ciência e porque ela é tão importante para as pessoas. E, mesmo entre os brasileiros interessados em ciência e tecnologia, isso lhes falta.
Rodapé:
É preciso a população entender que a ciência não busca coisas impalpáveis que não serão aplicadas no dia-a-dia. O material que foi usado para evitar atritos em componentes aeroespaciais (sim, usados pela NASA) estão em praticamente qualquer cozinha atualmente. O teflon foi desenvolvido para sanar um problema aeroespacial e acabou, literalmente, na panela.
Mas que isso ocorra, é preciso que as pessoas entendam como funciona a ciência e porque ela é tão importante para as pessoas. E, mesmo entre os brasileiros interessados em ciência e tecnologia, isso lhes falta.
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[2]: financiamento coletivo. Ou nome mais chique para vaquinha. Ou, como diz na minha terra, 'passar o chapéu'.
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