O melhor em 2018!


Em algum ponto do Universo observável, dentro de Laniakea*, vamos em direção ao Grupo Local que fica dentro do Superaglomerado de Virgem. Nesse ponto, existe uma galáxia espiral com quatro braços. Em um desses braços, com milhares de estrelas, uma não se destaca em relação as demais, apesar de formas de carbono que evoluíram em um pequeno planeta ao redor dessa estrela a considerarem como a coisa mais importante. Essas formas de carbono, primatas em sua essência, desenvolveram um sistema cultural e comportamental complexo, a ponto de entender um pouco sobre as coisas ao seu redor e até mesmo inferir explicações sobre o universo onde vivem.

Esses humanos, formas derivadas de primatas ancestrais, comemoram toda vez em que seu planeta, uma pequena rocha orbitando a pequena estrela amarelada dentro dessa galáxia de nome bonitinho e cheio de contexto histórico**, completa um ciclo de translação.

Apesar das nossas comemorações parecerem algo totalmente sem sentido quando vemos ‘mais do alto’***, a espécie humana que habita praticamente todos os pontos do planeta Terra vivenciam tantas situações, que temos o ambíguo sentimento de querer recordar e, ao mesmo tempo, deixar o passado para trás e pensar nas novas coisas que encontraremos pela frente.

A virada de um novo ano para nossa espécie é mais do que simplesmente pular um dia para o outro. Representa fechar portas e abrir outras. Deixar o ar pesado e puxar ares mais frescos em nossos pulmões. Nossa psicologia é complexa demais para deixar esse evento de lado. Por isso, apesar de parecer sem sentido, acabam fazendo muito sentido para nós.

Nossa espécie sempre encontra coisas novas todos os anos. Que área mais instigante que da ciência e da tecnologia para nos mostrar isso. Como de hábito, reuni as principais notícias relacionados ao mundo da ciência, desde notícias de saúde, computação e astronomia nessa super retrospectiva da ciência 2018. Os links das notícias estão entre chaves. Vamos lá?



No começo do ano a OMS resolveu mudar o protocolo de vacinação para dengue, devido ao número de casos de dengue hemorrágica em pessoas vacinadas que não tinham contraído a doença antes. Agora, apenas pessoas que já tiveram a doença podem ser vacinadas [1]. E, graças a campanhas de antivacinação, uma comunidade nos Estados Unidos sofre com surto de catapora em crianças [2].

O mundo dos tratamentos médicos teve avanços como a liberação nos EUA de um novo medicamento para enxaquecas crônicas [3] e de uma nova pomada brasileira para picadas de aranha-marrom [4]. Ainda assim, a OMS coloca a saúde mundial em risco ao endossar a medicina alternativa, como método equivalente à medicina tradicional [5].

Os casos de ebola voltaram a assombrar a Rep. Dem. Congo, com diversas mortes, trazendo preocupações para ONGs assistenciais [6]. No Brasil, diversos casos de Doença de Chagas oral foram relatados ao longo de 2018, mostrando que a doença ainda está longe de ser combatida no país [7]. Também no Brasil tivemos o incrível surto de toxoplasmose em Santa Maria, RS, atingindo centenas de pessoas. Os pesquisadores apontaram que a água da cidade estava contaminada [8].

Finalizando as principais notícias de medicina e saúde em 2018, tivemos a publicação do artigo contando sobre o primeiro bebê a nascer depois de um transplante de útero de uma doadora morta [9]. Pesquisadores descobriram também que abusos sofridos por crianças podem deixar marcas permanentes em seu DNA, o que implica que podem ser passados para as gerações futuras [10]. E foi descoberto que não há níveis seguros de consumo de álcool, onde até mesmo pequenas doses podem trazer problemas para a saúde [11], assim como a proposta de especialistas de que cabecear bolas de futebol podem trazer traumas para o cérebro [12].



Começamos revirando o passado biológico da Terra, com a descoberta do fóssil de crocodilo mais antigo do mundo [1] e do fóssil de baleia com mais de 30 milhões de anos [2], seguido pela descoberta de que os neandertais já usavam ferramentas para produzir fogo [3].

Já atualidade, o mundo ficou chocado com a notícia de uma mulher na China deu a luz crianças que tiveram seu DNA editados pela revolucionária técnica de CrisprCas9. Os cientistas chineses fizeram as meninas serem naturalmente imunes ao HIV. Apesar do trabalho ainda não ter sido publicado, a pesquisa já trouxe inúmeros questionamentos éticos. Inclusive, o pesquisador desapareceu depois de dar uma entrevista no país [4, 5, 6, 7]. Em outubro outro grupo chinês já havia anunciado o nascimento de camundongos oriundos de dois pais e duas mães [8]. Finalizando as novidades na pesquisa biológica experimental, foi realizada esse ano também a primeira clonagem de células de primatas [9].

Os felinos foram os destaques desse ano, infelizmente não tanto da forma como gostaríamos algumas vezes. Pesquisadores dizem que restam menos de 300 onças na Mata Atlântica [10]. E registros raros também foram feitos, como da onça-parda com leucismo sendo feito na Serra dos Órgãos [11] e de uma pantera negra no cerrado [12].

E a nossa mania de causar desiquilíbrio na natureza tem seu preço: aumenta a infestação de escorpiões pelo país, sobretudo no interior de São Paulo, provocando acidentes e mortes [13] e uma baleia com seis quilos de plástico no estômago é encontrada morta na Indonésia [14]. Além disso, a ararinha-azul, famosa no filme de animação Rio é declarada extinta na natureza. Os espécimes agora só são vistos em zoológicos e centros de conservação [15]. Somado a isso, morreu o último rinoceronte branco macho no Quênia [16] e também Koko, a famosa gorila que havia aprendido a língua de sinais [17], que fez o mundo aprender mais sobre eles e sobre nós mesmos.



Um campo que nunca decepciona em trazer novidades e emoção é a astronomia. Nesse ano, a sonda InSight pousou com sucesso em Marte, para delírio dos pesquisadores. Seu objetivo é investigar a geologia do planeta [1, 2]. E o planeta vermelho ainda atrai os olhares da humanidade. O rover Curiosity fotografou um objeto brilhante no planeta vermelho [3] e novas pesquisas apontam para a presença de água líquida no planeta [4]. Infelizmente nem tudo são flores: depois de uma tempestade de areia, o rover Opportunity não respondeu mais aos comandos da NASA e a agência espacial pensa em abandoná-la [5].

A NASA também encerrou as atividades do incrível telescópio espacial Kepler, que expandiu nossos conhecimentos sobre exoplanetas [6]. E a agência divulgou no fim desse ano que a Voyager-2 finalmente chegou ao espaço interestelar, sendo o segundo objeto a alcançar o feito, depois de sua irmã Voyager-1 [7]. Finalizando toda as aventuras na astronáutica, ainda temos a aproximação da sonda Osiris-Rex ao asteroide Bennu [8].

Já no campo das descobertas astronômicas, os cientistas descobriram que a nossa galáxia provavelmente tinha uma irmã que foi engolida pela galáxia de Andrômeda [9] e que um buraco negro descoberto gira tão rápido que o próprio espaço ao redor também gira [10]. E, mais recentemente, um novo planeta mais distante dentro do sistema solar foi descoberto, há mais de 120UA (Unidades Astronômicas, onde cada 1UA equivale a distância média da Terra ao Sol, 150 milhões de quilômetros) [11]. Encerrando as descobertas desconcertantes, um novo mapa 3D do Universo confunde os pesquisadores e traz mais dúvidas que respostas [12].

Encerrando a área da astronomia e espaço, não poderia faltar o espetacular feito marqueteiro que Elon Musk fez em 2018, ao usar um dos mais potentes foguetes já feitos pela SpaceX, o Falcon Heavy para lançar um carro Tesla com um boneco vestido de astronauta no espaço! Apesar de supérfluo, o feito rendeu ótimas imagens e momentos fan-service, como o painel do carro estar escrito ‘Don’t Panic!’ e dentro do porta-luvas ter uma edição do Guia do Mochileiro das Galáxias [13].



O mundo atômico se fez presente nesse ano, com breves notícias como a descoberta que os prótons possui uma altíssima pressão em seu interior [1]. E na busca pela compreensão da física das massas, físicos criam em laboratório massa negativa [2] e uma nova teoria busca explicar o restante da matéria do universo [3]. E os chineses redefinem a constante gravitacional [4].

Mas, talvez, a notícia mais legal desse ano nesse campo foi a inauguração do novo e lindão acelerador de partículas brasileiro, o Sirius. Um dos mais modernos do mundo, ele auxiliará os físicos na busca em compreender o interior do átomo [5].



A Inteligência Artificial (IA) foi, mais uma vez, assunto do momento na computação. Começamos pela incrível capacidade da IA do Google em manter conversas com pessoas reais pelo telefone, imitando até mesmo trejeitos naturais de uma pessoa [1], sem contar na capacidade do Google de conseguir extrair vozes individuais em uma multidão [2]. Outra gigante que está entrando no mundo da IA é a Nvidia, famosa pelas placas de vídeo para computadores. Voltado para o mundo visual, a IA da Nvidia já consegue reconstruir fotos antigas e danificadas sozinha [3] e até mesmo criar rostos coloridos tridimensionais [4]. Contudo, infelizmente, as facilidades da IA podem ser usadas para coisas não muito boas, como a criação de deepfakes, onde rostos de personalidades e políticas são inseridos ou manipulados e inseridos em montagens pornográficas ou dizendo coisas que não falaram na verdade [5]. Apesar disso, tirando todos os problemas éticos e de privacidade envolvidos, a polícia chinesa conseguiu encontrar um foragido em meio a 60 mil pessoas usando IA após analisar câmeras de vídeo [6].

O mundo do entretenimento também se fez presente esse ano: ficamos boquiabertos com a notícia de que ‘Vingadores: Guerra Infinita’ precisou de quase 100 mil HDs de 1 TB cada para armazenar todos os efeitos visuais utilizados e produzidos no filme [7]. E, de forma curiosa, o sistema antipirataria utilizado por desenvolvedores de jogos foi quebrado antes mesmo do jogo ser lançado oficialmente [8]. E uma grave falha em praticamente todos os processadores lançados nos últimos anos se mostrou uma grande dor de cabeça para os fabricantes [9].

E esse ano foi aconteceu o escândalo do vazamento e uso inapropriado de dados de quase 100 milhões de usuários do Facebook, que enviou diversos tipos de informações para a empresa Cambridge Analytica. Esses dados foram usados para disparar e manipular informações tendenciosas em campanhas eleitorais americanas [10, 11]. Outra dor de cabeça aconteceu com os usuários do app de paquera gay Grindr, que tiveram seus dados sobre serem HIV-positivo para empresas terceiras sem consentimento [12]. Outra informação curiosa é a mineração de dados impressionante que o Google consegue fazer a partir de usuários de celulares Android. O número de dados que consegue obter a partir desses celulares é 50x maior do que os obtidos por celulares iPhone, da Apple [13].

Finalizamos com o trágico acidente entre um carro autônomo da Uber e uma pedestre nos EUA. Ainda em fase de testes, o veículo não interpretou a presença de uma pedestre na rua como sendo um obstáculo real e acabou atropelando a pessoa. Os testes foram interrompidos por um tempo [14, 15]. E uma startup que prometia um aparelho que realizava inúmeros exames médicos se mostrou uma farsa sem tamanho [16].



O presidente americano Donald Trump diz não acreditar no relatório gerado pela própria Casa Branca sobre as mudanças climáticas e nos impactos no futuro do planeta [1]. Além disso, as mudanças propostas pelo governo de Emmanuel Macron não agradou os franceses. Propondo aumentar o preço dos combustíveis como uma forma de amenizar a liberação de gases de efeito estufa, o país passou por grandes protestos dos famosos ‘coletes amarelos’ [2]. Enquanto isso, um relatório pede que brasileiros consumam menos carne afim de amenizar os efeitos da produção de carne no clima [3]. Enquanto discutimos sobre todos esses aspectos e pesquisadores precisam lidar com negacionistas do clima, o permafrost fica cada vez mais fraco e regiões no ártico não conseguem mais ter o solo congelado mesmo no inverno [4].

As ações humanas fizeram a Terra perder cerca de 60% dos seus animais apenas nas últimas décadas, o que mostra o impacto de nossa espécie sobre as demais [5]. Outra notícia que chamou a atenção foi um iceberg com bordas perfeitas na Antártica. A imagem do iceberg retangular correu o mundo [6].

Já no nordeste brasileiro, um cupinzeiro gigante de 4 mil anos foi descoberto por pesquisadores [7]. Ainda no Brasil, a greve dos caminhoneiros que atingiu diversos estados teve um efeito curioso e previsível na maior cidade do país: o índice de poluição reduziu em São Paulo durante os dias em que os caminhões não trafegaram nas vias da cidade [8].

Finalizamos as notícias de nosso planeta mostrando que novas linhas em Nazca, no Peru foram descobertas [9] e, incrivelmente, um caminhoneiro resolveu passar por cima de várias das famosas linhas, danificando os desenhos milenares [10].



O ano foi dominado por notícias sobre a séria crise de investimentos que o país está passando na área de ciências. Os cortes massivos de recursos nessa área estão cada vez mais preocupantes, fazendo pesquisadores no Rio apelarem para vaquinhas para obter dinheiro para continuar a conduzir as pesquisas [1], sem contar os alertas públicos que o CNPq e Capes, os principais órgãos de fomento da ciência nacional estão fazendo sobre a falta de dinheiro para 2019 para o pagamento de bolsas e de investimentos. Marchas para a ciência organizados pelas redes sociais aconteceram em algumas cidades do Brasil neste ano. [2, 3, 4, 5].

E, naturalmente, o fazer ciência está cada vez mais comprometido, tanto com as possibilidades de pesquisas sérias contra o HIV serem interrompidas pelo presidente Trump [6], como pela exploração de pós-doutorandos estrangeiros nos EUA [7], passando por fraudes em publicações científicas envolvendo células-tronco [8] e até mesmo desvio das escassas bolsas da Capes [9].

Fechamos o assunto com o nascimento do Instituto Questão de Ciência, que visa combater a pseudociência que se instala cada vez mais na sociedade atual, sobretudo em áreas importantes do governo, como a saúde [10]. Além disso, ficamos surpresos pelo imperador japonês, aos 84 anos de idade, ainda publicar artigos científicos sobre peixes, área o qual se especializou [11]. Fantástico!


Esse ano duas notícias mereceram destaque extra em relação ao maior e mais reconhecido prêmio do mundo. Pela primeira vez em 55 anos, uma mulher é agraciada com o Nobel de física [1] e, devido a casos de escândalo sexual envolvendo membros da Academia Sueca, o prêmio Nobel de Literatura desse ano não foi anunciado. Acredita-se que dois prêmios serão oferecidos em 2019 [2].



O ano de 2018 também foi de grandes perdas para a humanidade. Homens e mulheres importantes que influenciaram o mundo de diversas formas deixaram a saudade e seus méritos para trás.

Alan Bean,
quarto homem a pisar na Lua [1];

Evelyn Berezin,
criadora do primeiro processador de texto moderno [2];

John Young,
astronauta [3];

Ruth Nussenzweig,
percursora nos estudos com vacina contra a malária [4];

Stan Lee,
desenhista e criador de icônicos personagens da Marvel [5];

Stephen Hawking,
cosmólogo inglês [6, 7, 8].



O ano de 2018 entrou para história como o ano em que perdemos parte do nosso passado. O começo de setembro viu a história do Brasil e do mundo virar fumaça e cinzas com o incêndio do Museu Nacional do Rio de Janeiro. O acervo de 20 milhões de itens contava com registros únicos da história humana e biológica, desde itens indígenas latino-americanos passando por relíquias egípcias e por fósseis tão importantes como Luzia, a primeira brasileira. Embora parte do acervo seja recuperado, o que perdemos no contexto de conhecimento e de informações é imensurável [1, 2, 3, 4, 5].

O ano no Brasil também foi marcado pelas eleições. A vitória de Jair Bolsonaro à presidente do país acendeu o alerta para a possibilidade de afrouxamento da legislação ambiental. Contudo, Bolsonaro convidou o primeiro astronauta brasileiro Marcos Pontes para assumir o Ministério da Ciência, o que agradou alguns especialistas [6, 7, 8].

Outras notícias que correram o mundo em 2018 foi a curiosa situação dos cães farejadores americanos que perderam o emprego em alguns estados onde a maconha é permitida [9]. No Brasil, um garoto brinca com onças e a foto agitou as redes sociais, muitos achando que não passava de uma montagem [10]. Nos Estados Unidos novamente, 16 enfermeiras de um mesmo hospital ficam grávidas quase ao mesmo tempo [11]. O astrofísico Neil deGrasse Tyson foi acusado de assédio sexual por mulheres no EUA [12].

Doze crianças e um técnico de futebol ficaram presos em uma caverna na Tailândia após uma chuva ter fechado a entrada da caverna. Em um esforço internacional, todos foram resgatados com vida [13]. Gravuras rupestres no Xingu são destruídas [14] após visita de pesquisadores ao local e pesquisa mostrou que o shoyu brasileiro quase nada tem de soja e a maior parte dele é feito de milho [15].

Finalizando a sessão de notícias extras que foram importantes no mundo da ciência, temos a descoberta da máscara mais antiga já encontrada [16] e de um navio grego de mais de 2 mil anos encontrado bem conservado no fundo do mar [17].

* * *

Espero que tenha gostado de relembrar os principais eventos da ciência em 2018. Foram 112 notícias espalhadas em nove temas principais. Como sempre, coisas boas e coisas ruins aconteceram, portas foram fechadas e portas foram abertas. Nos resta torcer para que novos ares entrem em nosso mundo em 2019.

Feliz 2019 a todos, com muita ciência e informação! 😉

Rodapé:
*: Laniakea (céu imensurável em havaiano), é o nome dado ao superaglomerado de galáxias, o qual engloba vários aglomerados e grupos de galáxias, sendo uma das maiores estruturas do universo conhecido.

**: Via Láctea, do latim ‘via lactea’, representa a visão dos povos antigos ao associar a mancha que aparece no céu noturno, causada pelas milhares de estrelas que ficam indistinguíveis a olho nu, a um caminho de leite no céu. Os povos antigos forneciam diversas explicações sobre o fenômeno, sendo a da cultura grega a mais conhecida atualmente, de que Hércules que estava sendo amamentado por Hera enquanto ela dormia. Assim que acordou, Hera afastou Hércules de sua mama, jorrando o leite pelo tecido do espaço.

***: e, na verdade, são bem nada a ver. 🤷

As imagens presentes nessa publicação estão disponíveis nas fontes citadas ao longo da publicação.

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