O efeito Mozart

 

Espero que não seja funk.

Wolfgang Amadeus Mozart foi um dos compositores mais influentes e conhecidos do mundo. Nasceu em 1756 viveu apenas 35 anos. Começou a compor com cerca de cinco anos de idade (o que você estava fazendo nessa idade?) e se apresentar para a realeza europeia. Sua influência sobre a música ocidental é profunda ao passo que Beethoven começou a compor suas primeiras músicas seguindo Mozart.

Sua influência no mundo é tão grande que alguns pesquisadores se questionaram se ouvir a música pode trazer alguma vantagem para quem não a ouve. A ideia apareceu em 1993 na Universidade da Califórnia, em Irvine, com o físico Gordon Shaw e Frances Rauscher, uma expert em desenvolvimento cognitivo. Eles descobriram que após estudantes universitários terem sido expostos a cerca de 10 minutos da Sonata Para Dois Pianos em Ré Maior (K.448) aumentou temporariamente o raciocínio espacial dos estudantes. Acontece que o público relacionou com o aumento do QI em geral e não apenas da habilidade espacial. Devido a esse equívoco e o fato de a música em questão ser de um nome amplamente conhecido (sem falar da sensação de intelectualidade que se passa quando uma pessoa ouve música clássica e não um batidão de funk) foi amplamente difundido. Para completar, em 1994 um colunista do The New York Times (um dos jornais mais conhecidos do mundo) disse que o estudo comprova que deixa as pessoas mais espertas e que Mozart havia destronado Beethoven como um dos maiores compositores do mundo.

O assim chamado efeito Mozart foi cunhado pelo Dr. Alfred A. Tomatis e popularizada por Don Campbell em seu livro sobre o assunto em 1997. A teoria de que a música deixava as pessoas mais inteligentes estava tão bem difundida que um ano depois do lançamento do livro, o governador do estado da Geórgia no Estados Unidos destinou US$ 105 mil dólares por ano para que todas as crianças nascidas no estado recebessem uma cópia em CD dás músicas especialmente selecionadas de Mozart.

Começando pelo fato de que ouvir Mozart não deixa as pessoas mais inteligentes, vários pesquisadores contestam o que foi descoberto dizendo que não conseguiram reproduzir os mesmos resultados e alguns até concordam que os efeitos da música sobre as capacidades de raciocínio espacial aumentam temporariamente mas dizem que é preciso mais pesquisas na área.

O efeito Mozart mostra o que pode acontecer quando uma breve citação em uma revista científica conceituada (o estudo foi citado primeiramente na Nature) e mídia se misturam. E quando uma pessoa resolve fazer dinheiro com essa história toda lança livros, CD’s e outros conteúdos diversos as pessoas acabam acreditando em algo que não foi devidamente comprovado cientificamente em uma verdade científica só pelo fato de estar acessível a preços módicos. Além disso as músicas sabemos muito bem que a música altera nossos sentimentos e humor (para testar isso basta você assistir um filme de terror com o som desligado. Você vai ver o quanto sem graça fica o filme) porque não alteraria nossa inteligencia? É apenas o senso comum gritando mais uma vez dentro da gente.

Com informações de Dicionário Cético e Wikipédia (1) e (2). Imagem: Kalaimaan. Som disponível em Grooveshark.

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