Teoria da (In)volução

Evolution involution. Por gone bunburying no Flickr.

É certo que a Evolução nos faz ficar mais inteligentes, espertos, relativamente mais bonitos (afinal, tendemos a procriar apenas com quem achamos bonitos, não é mesmo) e outras coisas que nos fazem o que somos hoje. Mas, embora não pareça, algumas coisas não melhoram com a evolução. E isso se aplica a nós! O jaimaicano Usain Bolt quebrou o recorde mundial de 100 metros nas Olimpíadas de Pequim em 2008: 9,69 segundos.

“Meu Deus, isso é muito rápido!”, você deve estar pensando. Sim, é rápido. Mas nem se compara aos aborígenes de 20 mil anos atrás. Rastros deixados por eles na lama há milhares de anos permite aos pesquisadores de hojhe determinar a velocidade em que eles corriam. A velocidade em que se chegou foi de 37km/h. Bolt chegou a 42km/h. Acontece que o nosso amigo aborígene em questão não tinha uma pista de atletismo oficial na época. Ele correu descalço, na lama e com água passando dos 7 centímetros de altura. Se estivesse nas mesmas condições de pista e calçados de Bolt, talvez nosso amigo jamaicano nem se classificaria.

E isso não é tudo. De acordo com o antropólogo australiano Peter McAllister, em seu livro Manthropology - The Secret Science of Modern Male Inadequacy a nossa geração é a mais fraca e a mais lenta da História.

De acordo com o antropólogo, exemplos não faltam: os tutsis, um grupo que existe na atual Ruanda e Burundi, em seus rituais de iniciação no século passado tinham que pular mais alto que a própria altura (sem instrumentos auxiliares). Alguns registros mostram que eles alcançavam facilmente o recorde mundial de 2,45 metros. Análises dos fósseis de La Ferrassie 2, uma mulher Neanderthal chegaram a conclusão de que a massa muscular de seu braço a faria vencer facilmente de Arnold Schwarzenegger em uma queda de braço quando este estava em sua época de ouro.

Outros dados interessantes são por exemplo que os atenienses remavam com mais força por mais tempo que os atletas atuais. Soldados romanos corriam uma maratona e meia por dia carregando metade de seu peso em equipamentos (uma maratona equivale a aproximadamente 42 km). E Homero, autor de A Odisséia, venceria fácil fácil 50 Cent em uma batalha de Rap. E todos os homens atualmente se sentiriam “acabados” pelo fato de Gengis Khan ter deixado mais de 16 milhões de descendentes.

Bom, diante de tantas “derrotas”, vem a pergunta: qual é o motivo do nosso declínio? De acordo com McAllister o responsável é a ausência de desafios da vida moderna. Muitas pessoas vivem no conforto e gozam de uma incrível facilidade de conseguir alimento. Ao contrário dos aborígenes por exemplo, nós não precisamos correr atrás dos nossos alimentos ou fugir de um predador. Parece que estamos driblando Darwin. É que várias pessoas acreditam (inclusive cientistas). A sobrevivencia do mais apto cai por terra quando o assunto é a espécie humana. Hoje, com acesso médico é possível que pessoas que não teriam chance de sobreviver não apenas consiga viver muitos anos como ter filhos e passar seu DNA à frente. Mas muitos cientistas discordam disso. Um artigo publicado em 2007 na PNAS mostra que a evolução humana está mais acelerada do que nunca. Após análises no DNA a equipe liderada pelo professor de antropologia John Hawks da Universidade de Wisconsin aponta dois motivos para essa aceleração tão rápida: a primeira é que desde quando o homem se tornou sedentário, cerca de 10 mil anos atrás a população humana aumentou cerca de mil vezes. Com tanta gente nascendo, as probabilidades de alguma alteração genética que beneficie ou não os indivíduos são altas. Outro motivo seria de que as pessoas se movem indo para outros lugares, onde há diferentes tipos de alimentos e doenças. Apenas os mais aptos sobrevivem. “Populações do oeste da África, por exemplo, já começam a adquirir resistência à malária”, afirma o antropólogo.

O será do humano no futuro é uma coisa a ser pensada. Alguns cientistas até imaginam como será a mulher no futuro: baixinha e levemente acima do peso. Terá menos chances de ter hipertensão arterial e de ter colesterol. Chegaram a essa conclusão ao analisar milhares de mulheres e relacionar quais características físicas estariam ligadas a maior chance de terem filhos. Se a mulher do futuro será mais bonita isso só caberá as revistas de beleza daqui a 10 mil anos.

Com informações da Galileu. Imagem por gone bunburying disponível no Flickr.

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