MSN e emoções…

 

As expressões que enviamos pelo MSN não condiz com a verdade às vezes...

 

Hoje o ato de se comunicar nunca foi tão fácil. A maioria das pessoas tem alguma forma de comunicação disponível, seja ela através da internet, telefone, carta ou até mesmo pessoalmente.

Nos primórdios de nossas vidas sociais não existiam nenhuma forma de comunicação que não fosse o ‘cara-a-cara’. E, como sendo o único meio que perdurou por muito tempo (até hoje não dispensamos um bom papo com o vizinho), o ser humano evoluiu para a conversa social.

Muita gente se surpreende ao saber que numa conversa onde as pessoas estão frente a frente apenas 7% da comunicação e feita de forma verbal (ou seja, as palavras em si) e que 55% da comunicação é feita de forma não-verbal, ou seja, envolve expressões da face a a disposição do corpo. Outros 38% são tons de voz durante a fala. Aí que a coisa começa a ficar interessante.

Nós evoluímos pra detectar as expressões do corpo e o tom de voz durante uma conversa falada. Aquela sensação de que a pessoa está mentido para você deve-se por causa do conflito que está acontecendo em seu cérebro ao tentar relacionar o que a pessoa diz com o que o corpo esta fazendo. O cérebro analisa o conteúdo da conversa e “verifica” as expressões da pessoa que fala para criar uma harmonia na conversa.

Mas cada pessoa é diferente uma da outra. Uma pessoa mais tímida por exemplo tende a ter os braços mais juntos do corpo como um meio de defesa. Já uma pessoa mais extrovertida tende a movimentar mais os braços e tocar mais vezes a pessoa que está conversando. Para tanto, de acordo com especialistas, bastam apenas quatro minutos para que você construa um perfil da pessoa que você acabou de conhecer.

Bom, estava indo tudo bem: as expressões corporais auxiliavam para que a conversa fluísse de forma mais rápida. As sociedades humanas ficaram maiores e mais distantes. A forma escrita surge. As primeiras cartas começaram a ser trocadas entre as pessoas da Índia, Egito e Suméria. As cartas não tornaram a conversa informal pois elas serviam (e ainda servem embora seja em uma versão mais moderna, o e-mail, mas ainda a circulação de cartas de papel é muito grande no mundo) para enviar notícias e informações de algo ou alguém. Ninguém mandava cartas para uma pessoa escrito “Oi, tudo bem?” e receber, depois de muitos dias a resposta “Tudo bem sim e você?”.

A coisa realmente começou a mudar de figura quando por volta de 1860, Antonio Meucci inventou o telefone (sim pessoas, não foi o Graham Bell que inventou e sim esse italiano. O Congresso Americano até mesmo reconheceu isso em uma resolução de 2002). Pronto. A era da comunicação a longas distâncias em tempo real chegou! Tudo bem mas agora observe uma pessoa falando ao telefone: olhar perdido para o nada. A pessoal ouve a voz e até o tom dela, mas não a vê. Para compensar e tentar criar algo que faça sentido nosso cérebro passa apenas a processar os sons que está ouvindo. As informações da visão não são necessárias e podem ser ignoradas. Por isso é mais fácil mentir ou dizer algo constrangedor pelo telefone pois a principal fonte de informação que o receptor da mensagem tem não está presente, que são as expressões corporais.

Se a conversa pelo telefone deixou a comunicação mais informal, a internet é a mestra no assunto. Como o principal meio de transmitir a informação são as palavras (que representam apenas 7% da conversa, lembra?) fica praticamente impossível saber se a pessoa que está conversando com você está mentindo ou falando a verdade. Quem nunca ouviu, viu ou fez algo parecido: passar por outra pessoa na internet.

E para quem escreve as expressões não são mais necessárias (já que ninguém está presente fisicamente na conversa). Toda a ação acontece no cérebro. Por isso, diante de uma situação hilária sendo dita no MSN (nome popular do Windows Live Messenger, o mensageiro instantâneo mais popular entre os brasileiros) não fará a pessoa se matar de rir, embora ela escreva três linhas de “uhauhauha”.

Talvez com a maior popularização de webcans e o uso cada vez maior de programas como o Skype, que permitem enviar voz e vídeo m boa qualidade a falta de expressão que temos diante de um computador diminua. Mas ainda assim não será difícil encontrar uma pessoa sem expressão na tela do computador mas enviando dezenas de emoticons explodindo de rir.

A internet, que deixou a conversa tão impessoal possa voltar a deixa-la mais humana. Mas ainda acho que não exista nada melhor do que uma conversa com seus amigos pessoalmente.

P.s.: este post foi criado quando conversava com a minha amiga Franciele pelo MSN (com a webcam ligada).

P.s. 2: sim, sou eu naquela montagem acima. Quando terminei de tirar as fotos (com uma webcam) e as montei #euri.

Fonte: Wikipédia (1), (2) e (3). Imagem criada por mim protegida por CC.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Calendário Cósmico 07

A mágica do diagnóstico - post 2

Répteis não existem...