Evocando Espíritos…

 

O tabuleiro Ouija é muito utilizado pelas pessoas para bater uma papo com os espíritos. Ou não...

Algum tempo atrás, a minha irmã apresentou a mim a brincadeira do compasso (uma das inúmeras variantes da conhecida brincadeira do copo, ou do tabuleiro Ouija, ou de qualquer outro nome que tenham dado a ele). Para quem ainda não conhece é basicamente um tabuleiro com todas as letras do alfabeto, os números de zero a nove e as palavras ‘sim’ e ‘não’.

Nesse jogo, várias pessoas colocam os dedos num indicador de madeira. Alguém do grupo começa a evocar um espírito, que deve estar andando de boa pelas redondezas e estar afim de conversar. Depois de alguns minutos em silêncio, o copo misteriosamente começa a mexer sozinho! As pessoas que estão tocando o indicador (ou o copo) juram que não aplicaram nenhuma força sobre ele. Caramba, será que uma simples brincadeira acabou de mostrar algo que a Ciência dizia não haver provas de sua existência: espíritos.

Calma, vamos voltar um pouquinho ao passado. A brincadeira do copo é uma variante muito mais comportada de outro fenômeno que acontecia nas festas da Inglaterra Vitoriana: as mesas girantes. Nela, damas e cavalheiros colocavam suas mãos sobre a mesa e depois de algum tempo, ela começava a se mexer ‘misteriosamente’, a ponto de girar entre os participantes.

O paranormal rondava as festas. Foi então que resolveram analisar melhor a conversa toda. E quem fez isso foi o nosso amigo Michael Faraday. Sabidamente ele colocou folhas de papel presas a elásticos na mesa. Entretanto as folhas podiam se mexer com facilidade, a ponto de identificar se quem mexia era a mesa ou as mãos dos participantes. Se a mesa fosse a origem dos movimentos e ela girasse da direita para a esquerda, os papéis formariam uma escada subindo da esquerda para a direita e vice-versa.

Então Faraday chamou pessoas que haviam participado com sucesso das festas com as mesas girantes. Para que não vissem, Faraday cobriu a mesa (com os papéis) com uma toalha. Bom, o que Faraday suspeitava aconteceu: não era a mesa a origem dos movimentos, e sim as mãos dos participantes.

Entretanto o termo Efeito Ideomotor não foi dito por Faraday. Foi citado pela primeira vez por W. B. Carpenter, naturalista britânico em seu artigo sobre radiestesia dizendo que os fenômenos eram desencadeados pela mente, sem controle da vontade ou da emoção.

Não estou querendo fazer você deixar de acreditar em almas e espíritos. Creio que isso não seja trabalho da Ciência, por ser algo muito subjetivo. O que estou mostrando é apenas uma explicação plausível para algo que é creditado como sendo sobrenatural. A Ciência não quer tirar a graça da brincadeira, apenas dar uma explicação que se aproxima da realidade. Uma mente analisar os fatos, elaborar experiências e chegar a conclusões dão diversas como apenas os seres humanos sabem fazer é fantástico, quase sobrenatural. 

Com informações de Wikipedia (1) e (2), The Skeptic’s Dictionary, Projeto Ockham e S&H. Imagem por ~ChemicalYouth em seu DeviantArt.

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