“Vote no Brigadeiro, ele é bonito, ele é solteiro”

 

Escolha bem seu candidato!

Quando eu era criança (não faz muito tempo) li uma revista-propaganda do Leite Moça (que, graças à internet “lembrei-me” que é na verdade Doceira Moça Fiesta) contando sobre dicas de preparo de alguns doces (usando os seus produtos, óbvio) e contando a história de alguns doces. Entre eles estava sobre o brigadeiro. Na época pós-Getúlio um candidato subiu aos palanques pedindo votos à presidência pela UDN, o Brigadeiro Eduardo Gomes. Em seus comícios o candidato oferecia um doce feito de chocolate e leite condensado. Não demorou muito para associarem o doce ao Brigadeiro. Além de ser uma deliciosa ideia, as mulheres da época achavam o tal militar um cara muito bonito, fazendo conquistar alguns votinhos com certeza. O título desse post é o que podemos chamar de slogan da campanha que circulava antigamente.

Parece que ser bonito (ou pelo menos bem apessoado, como diz minha avó) é levado em consideração não apenas na vida profissional ou amorosa, mas na política também. Uma pesquisa desenvolvida pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology, dos Estados Unidos) mostrou que ter uma aparência mais bonita garante mais votos. O jeito como eles souberam disso? Simples: simularam uma eleição.

Para ter uma certeza maior de que a cultura (e os padrões de beleza nelas incluídas) não interfiram na coleta de dados, os pesquisadores tiveram como eleitorado indivíduos americanos e indianos. Eles votaram olhando para fotos oficiais de candidatos a deputado e governador do México e… do Brasil! Para os eleitores, era dado uma cédula a qual perguntava qual candidato era o melhor para governar seguida de duas fotos deles.

Os resultados foram muito interessantes: cerca de 75% dos eleitores escolheram o mesmo candidato. E mais, os candidatos mais escolhidos pelos americanos e indianos foi, em cerca de 70%, eleito de verdade no país. Gabriel Lenz, um dos autores da pesquisa diz que foi levado em consideração diversos fatores, como idade do candidato, cor da pele, sexo e até se usava barba ou bigode. A conclusão é que pessoas de pele mais clara, sem pelos no rosto e de idade média se davam melhor. E se estivesse sorrindo, mais chances de levar um voto.

Bom, agora não é por causa disso que você vai sair votando em qualquer pessoa (seja homem ou Mulher-P…) justificando que tendemos a votar em pessoas bonitas. O importante é analisar cuidadosamente os candidatos nessa eleição que está aí. Independente de quem está melhor nas pesquisas, ou de ser bonito ou feio ou até mesmo se serve docinhos nos comícios: o voto ainda é uma arma poderosa e ela pode mudar todo um país.

P.s.: o candidato Brigadeiro Eduardo Gomes acabou não ganhando as eleições. Perdeu para o General Eurico Gaspar Dutra, mas o brigadeiro ganhou muitas fãs e hoje o doce brigadeiro é um dos mais populares do país! Com informações de IstoÉ, ano 34, 2129. 59. Título do post retirado originalmente de Doceira Leite Fiesta. Imagem por Lee Creighton em seu Flickr.

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