Calendário Cósmico 17

A grande extinção que marca o fim da era Mesozoica e início da era Cenozoica é a mais conhecida das
grandes extinções que dizimaram a vida no planeta em diversos momentos da história geológica.
Existe um grande debate acerca dos eventos que levaram o fim dos dinossauros. A queda de um
grande meteoro no atual México é uma das mais conhecidas. Na ilustração,  um meteoro de 500 km de
diâmetro se chocando contra a Terra. O meteoro que pode ter matado os dinossauros
tinha cerca de 10 km de diâmetro.

30 de Dezembro
07:27:48 - O fim de uma grande Era...
Equivalente ao tempo real: 65 milhões de anos atrás.

Não é a maior catástrofe da Terra mas é uma das mais conhecidas: o evento que fez os dinossauros sumirem de vez no planeta[1]. É conhecidíssima a teoria de que um grande meteoro chocou-se contra a Terra nesse período e fez com que todos os dinossauros se extinguissem. Entretanto, uma análise mais detalhada mostra que isso pode não ser muito bem a resposta definitiva.

Ninguém nega que, de fato, nesta data no Calendário Cósmico, um bólido de aproximadamente dez quilômetros de diâmetro caiu na atual região de Yucatán, no México. Ela, sozinha, não ajuda a explicar por que apenas os dinossauros morreram. Eventos assim possivelmente contaminaram as águas com substâncias pesadas e tóxicas e, anfíbios, muito sensíveis a isso, deveriam ter morrido também. Mas o registro fóssil não mostra essa queda substancial desses seres nesse período. Possivelmente esse meteoro tenha destruído com a maior parte da vida nos locais próximos onde o evento ocorreu mas, a nível global, possivelmente o evento tenha tido pouco impacto. Análises detalhadas das camadas de rocha desse período mostram que uma intensa atividade vulcânica possa ter ocorrido (principalmente no Cinturão da Índia) e liberado uma quantidade muito grande de partículas que, associadas ou não à queda do meteoro teriam dificultado a entrada da luz do Sol na Terra. Como não haveria mais luz para a realização da fotossíntese, muitas espécies vegetais morreram e, consequentemente, não havia mais alimentos suficiente para os grandes herbívoros. Com isso, os carnívoros que se alimentavam dos herbívoros também sofreram.

Outras hipóteses bastante interessantes devem ser levadas em consideração. É nítido que as angiospermas dominem na região mais tropical do mundo, onde o índice de iluminação do Sol é maior. Como elas são mais bem sucedidas, principlamente no quesito reprodução, em relação ás gimnospermas, estas últimas começaram a perder espaço e foram sendo confinadas, cada vez mais, ás regiões mais geladas, indo em direção aos polos. Os grandes herbívoros, que estavam adaptados a se alimentarem apenas das gimnospermas, acabaram acompanhando essa migração em direção aos polos. Aliado a essa onda de migração, dinossauros de diversas partes do mundo passaram a se encontrar e, inevitavelmente, doenças vindas de diversas partes também passaram a circular em dinossauros que não estavam acostumados a elas. Seria algo semelhante aos índios no Brasil, onde muitos morreram devido a doenças trazidas pelos portugueses.

Muitas outras hipóteses foram levantadas como, por exemplo, que a Terra foi exposta a uma onda massiva de radiação X e raios-gama vinda de uma explosão de uma super nova. Outra diz que os mamíferos começaram a crescer exponencialmente e começaram a se alimentar cada vez mais de ovos de dinossauros e de plantas. Como eles - os dinossauros - não conseguiam repor a perda, sua população foi definhando gradativamente.

Embora a busca por uma explicação plausível seja importante, o que sabemos de fato é que, um evento ocorrido há 65 milhões de anos atrás fez com que os senhores do tempo, os dinossauros, que viveram mais de 150 milhões de anos no planeta Terra, desaparecessem de vez. A única coisa que restou do passado glorioso desses seres são impressões e resquícios na rocha.

[1]: ao menos em parte, já que as aves, descendentes desses grandes répteis, estão até hoje entre nós.

Imagem por NASA.

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