9 Meses - post 3


Prazer e amor
Ana não demorou muito a perceber que Carlos estava "fogoso". Logo de manhã foi acordada com o marido passando as mãos em seu corpo. Mesmo estando de férias, a empresa onde Carlos trabalha o chamou para resolver uma situação urgente. Perto da hora do almoço, Carlos chega em casa e aperta por alguns segundos o bumbum de Ana. Depois de umas risadinhas e beijinhos, Ana percebe que a vizinha da casa ao lado viu tudo. Só não sabe se a vizinha a viu ficando vermelha de vergonha.

Durante todo o dia, Carlos ia amolecendo Ana com palavrinhas sacanas no pé do ouvido. Desde um "te amo", abraçando-a por trás enquanto cuidava de algumas plantas, indo para um "gostosa", enquanto se preparava para o banho.

"Hoje quero que seja especial", pensou ela no banho. Ana resolveu por seu melhor lingerie. Ficou surpresa ao ver que o marido havia comprado o jantar em um restaurante italiano ali perto. Viu na mesa o excelente vinho que ambos gostavam.

-- Uau, você está lindo... - disse Ana sensualmente ao descer as escadas.

-- Você que está, querida... - ele a encontra no fim da escada e lhe dá um demorado beijo. Ana percebe que ele está usando o perfume que lhe dera no último Natal. Sente um leve arrepio quando Carlos coloca a mão em sua nuca.

Não demorou muito para o casal aparecer no quarto. Em meio a beijos a abraços, eles se levam até à cama, onde a troca de carícias continua. Excitados, começam o longo e prazeroso momento de tirar as peças de roupa um do outro. Toques, carinhos, sussurros provocantes ao pé do ouvido e, enfim, o encontro dos corpos. Momento onde os dois se tornam um. Gemidos, pernas e braços levemente trêmulos e o clímax enfim alcançado.

Vários minutos depois, Ana exibia um leve sorrisinho que não conseguia segurar. Ela observa Carlos, lhe toca a face com uma das mãos e se inclina, recebendo um ardente beijo. Logo depois, ele exclama;

-- Nossa, porque isso é tão bom?

-- Ora querido, se não fosse assim, possivelmente nossa espécie não existiria...

-- Quer dizer que nossa espécie existe pra podermos ter prazer?

-- Não, não é isso... o que eu quis dizer é que, se não fosse por causa dessa sensação, o ser humano não existiria pois ninguém iria procriar sem ter um bom motivo.

-- Quer dizer que procuramos sexo por motivo de procriação?

-- Bom, basicamente sim... - Ana percebe que seu lado científico acabou de disparar e resolve explicar para ele um pouco sobre o assunto (mesmo achando que o momento não seria muito apropriado) - Querido, pense um pouco: a procriação gera um gasto de energia muito grande. Isso sem falar que a mulher carrega o bebê por nove meses dentro da barriga. Pense bem, que indivíduo, em sã consciência, iria ter uma gasto energético absurdo para nada?

-- Ora, nenhuma...

-- Pois é, nenhuma. Por isso a natureza foi criando[1] meios de que as espécies que conseguissem se reproduzir mais facilmente tinham mais chances em relação àqueles que não tinham. Em nós, favoreceu aqueles que iam atrás de fazer 'coisinhas' porque sentiam alguma coisa boa do que aqueles que nem estavam aí pro assunto, já que fazer e não fazer dava no mesmo...

-- Mas então o que acontece com a gente quando estamos...

-- ... quando estamos tendo um orgasmo? - Carlos concorda com a cabeça - bom, o orgasmo nada mais é do que contrações rápidas dos músculos das regiões sexuais. Ele é mediado pelo sistema nervoso autônomo. Esse sistema é responsável pela coisas mais básicas do organismo como, por exemplo, respirar, bater o coração, digerir os alimentos no trato digestivo e, também, reprodutivo. Alguns hormônios, como a ocitocina e a prolactina também aumentam no sangue depois do orgasmo. A ocitocina é responsável, principalmente em dar aquela sensação de prazer em ter alguém por perto. Ele regula, também as contrações uterinas e de ejetar o leite das mamas. Além disso, estimular as mamas ajuda a aumentar a quantidade desse hormônio no sangue - nisso, Ana dá um sorrisinho, se lembrando de algo semelhante, minutos atrás. Carlos percebe o porquê do sorriso.

-- Bom, que tal fazermos você produzir mais um pouquinho de ocitocina, hein?

-- Hum, só você pra querer mais mesmo depois de uma aula dessas... 

-- Sempre tive um fetiche com uma professorinha... - disse com um sorriso levemente sarcástico no rosto. Logo Ana se rende aos beijos de seu amado.

Informações extras:
[1]: O termo "criando"pode desagradar alguns mais puristas com a língua pois na natureza não há um criador que orquestra toda a vida. Sabemos, através de inúmeras evidências observadas em natureza ou em laboratório que essa 'criação' é, na verdade, a seleção natural da teoria da Evolução atuando nos organismos. Bom, agora posso estar desagradando alguns religiosos sobre o assunto envolvente a criação, mas como um blog voltado para a divulgação de Ciências, eu valorizo pelo conteúdo publicado cientificamente.

Imagem por ~Nefertiti-92 em seu deviantART.

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