9 Meses - post 28

Ana levou as mãos em sua barriga. Sabia que em breve as coisas iriam mudar!

Contração!
Era nove horas da manhã. A mulher abriu os olhos levemente, sem precisar de nenhum despertador gritando nos ouvidos. Tudo estava no mais completo silêncio (incluindo a vizinha, que possivelmente viajou por causa do feriado prolongado). Ana deu um delicioso suspiro: adorava feriados prolongados. Podia dormir quanto quisesse e sabia que seu marido estaria ali, praticamente uma pedra.

Ana se estranhou ao percebeu que acordou mais cedo que o comum no feriado. Viu que o marido ainda estava dormindo pesadamente e resolveu deixá-lo assim. Aos poucos foi se mexendo, se arrumando para sair da cama. Desde ontem à noite Ana sentia uma leve cólica mas acreditou estar associada a alguma coisa de errado que comera antes. Após se levantar e ir ao banheiro resolveu comer uma coisinha na cozinha. Ao tocar na maçaneta par abrir a porta, ela arregala os olhos e sente um frio na espinha. Suas mãos rapidamente se levam à barriga.

Sentira uma contração.

Rapidamente se dera conta que poderia estar começando o que seu médico chamara de trabalho de parto. Infelizmente Ana não vira muita coisa sobre o assunto na faculdade e o que sabe foi o que lera em artigos e alguns sites especializados no assunto. Entretanto Ana era uma mulher de fibra e manteve a compostura. Sabia que as primeiras contrações eram um indício de que em breve estaria com sua menina nos braços mas sabia também que a coisa iria demorar um pouco. Então, sem fazer nenhum alarde, ela foi calmamente à cozinha comer alguma coisa.

* * *

Não passou muito tempo e Carlos acabou acordando ao perceber que alguma coisa estava passando em sua cabeça. Percebeu que Ana estava sentada ao seu lado, acariciando delicadamente sua cabeça. Os dois se olharam um pouco (embora Carlos estivesse com a visão um tanto ofuscada pela luz que entrava no cômodo), e Carlos olhou para o relógio de pulso querendo saber as horas. Com a voz embargada pelo recém-despertar, Carlos disse:

-- Amor... são pouco mais de 9h30. O que faz acordada em pleno feriado prolongado a essa hora?

Ana dá um leve sorriso e diz, como quem não quer nada:

-- Amor... estou tendo contrações.

A expressão de sono de Carlos desaparece como por mágica. Seus olhos semicerrados ficaram tão abertos quanto os de Ana minutos atrás. Em menos de 10 segundos Carlos estava de pé e gritando ordens para Ana se mexer para irem voando ao hospital.

-- Amor, amor! Calma! No começo é assim mesmo. Senti minhas primeiras contrações agora. A segunda foi uns minutos atrás. Não tem motivo para pânico.

-- Como não tem motivo para pânico! Nossa filha vai nascer e você não quer que eu me desespere? - disse Carlos, incrédulo com o que Ana acabara de dizer.

-- Fique calmo. Vamos sim ao hospital, mas antes eu vou me lavar rapidamente. Estou sentindo um pouquinho de cólicas, acho que a água morna aliviará um pouco esse incômodo.

Carlos sentou na cama, indignado. "Minha mulher em trabalho de parto e ela pensando em tomar banho?", pensava Carlos, "Isso deve ser coisa de biólogo mesmo". Nesse tempo Ana entrou no banheiro e foi tomar seu rápido banho.

-- Meu Deus... finalmente serei pai! - disse Carlos sozinho, deitando na cama - depois de tanto tempo acompanhando o desenvolvimento da minha pequena, eu a verei ao vivo e em cores. Eu a pegarei em minhas mãos e a ninarei... ... Depois! Depois eu irei levá-la ao parquinho, onde irá brincar com os novos amiguinhos!

-- Amor? Tudo bem? - disse Ana, já arrumada, olhando para Carlos.

-- Sim meu amor! Você está pronta agora? Podemos ir ao hospital, afinal de contas?

-- Claro que não! Você ficou divagando aí e nem se trocou ainda!

Carlos se olhou e viu que ainda estava com uma camiseta e cueca. Entretanto em menos de cinco minutos já havia se arrumado e estava pronto para entrar no carro. Ana também estava pronta e sua malinha com tudo que precisava para ela e para a bebê estava pronta fazia dias. Assim, com as devidas recomendações de Ana, Carlos dirigiu calmamente até o hospital

Ana sabia que o momento tão esperado estava chegando. Embora estivesse bem calma em relação o que estava acontecendo, sentia um frio na barriga só de pensar que em breve veria sua filhinha pela primeira vez.

* Continua *

Com imagem por ~ColoR-LoveR em seu deviantART.

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