[atualização] Ebola


Use o link permanente para sempre acessar essa postagem e ter informações atualizadas sobre o ebola: http://bit.ly/ebola_update. As notícias mais recentes estão no topo da postagem, retornando no tempo a medida que desce a página.

Procura por notícias mais recentes? Veja a nova postagem de atualizações sobre o ebola, clicando no link permanente para o assunto: http://bit.ly/ebola_update2

No dia 11 de julho de 2014 foi publicado aqui no blog a postagem 'O que sabemos sobre o ebola?'. Como o surto está sendo considerado praticamente fora de controle (pelo Médicos sem Fronteiras e até mesmo um risco de ficar fora de controle pelo OMS), novas notícias sempre estão surgindo, o que faz necessário estar sempre em atualização.

A postagem sobre o assunto publicado no começo do mês de julho estava recebendo atualizações constantes referentes ao ebola. Entretanto, como ela estava ficando cada vez maior (somando a postagem original mais as atualizações), o leitor precisaria estar sempre descendo a página para pular a postagem original para chegar às atualizações. Portanto, resolvi organizar as atualizações mais importantes sobre o assunto nesse espaço. Aqui estão as atualizações já publicadas e novas. Todas as atualizações que tiverem a bandeira do Brasil à frente simboliza que a notícia se foca apenas em acontecimentos brasileiros (facilitando para os leitores que querem apenas essa informação).

Apenas lembrando ao intrépido leitor a voltar aqui para ver as principais atualizações, logo abaixo. Antes das atualizações, o último boletim da OMS[1] registra 8033 casos e 3879 mortes.

Para evitar que essa postagem, já longa, ficasse maior ainda, as novas atualizações estão na nova postagem sobre o assunto, disponível aqui (ou através do link http://bit.ly/ebola_update2)

* * *

*50* (14/10/2014, 10h): o funcionário sudanês da ONU que fora para a Libéria e acabou contraindo o vírus ebola acabou morrendo na madrugada de hoje, de acordo com uma nota divulgada pelo hospital St. Georg em Leipzig, na Alemanha, onde ele estava sendo tratado. Ele se soma ao terceiro paciente em solo alemão a receber tratamento para a doença e o segundo a morrer. Veja mais aqui. E 800 soldados de Serra Leoa que iam para a Somália, em uma missão de paz, estão em quarentena devido a um dos soldados apresentar resultado positivo para o vírus. Eles permanecerão em observação por 21 dias, período de incubação do vírus. Veja mais aqui.

*49* (13/10/2014, 17h): saiu o segundo resultado do caso suspeito de ebola no Brasil, que apresentou negativo. Ele permanecerá internado até obter alta da unidade de saúde. A suspeita de caso será retirado dos órgãos internacionais de saúde. Veja aqui.

*48* (12/10/2014, 21h): é confirmado o primeiro caso de transmissão de ebola nos Estados Unidos. A paciente, uma enfermeira que cuidava do paciente zero Thomas Duncan (atualização *41* e morte anunciada em *45*) possivelmente não cumpriu com os protocolos de segurança e acabou se expondo ao vírus. O CDC disse que, se a falha tenha se repetido ao cuidar do paciente, possivelmente outras pessoas tenham se infectado. Iremos acompanhar por mais informações. Veja aqui.

*47* (11/10/2014, 16h): após passar a noite em observação no Rio de Janeiro, a qual o guinéu Bah apresentou um quadro estável e sem febre. Hoje o Ministério da Saúde do Brasil informou que o paciente deu 'negativo' para o primeiro exame de ebola. Entretanto, seguindo recomendações da OMS, o paciente só é descartado de ter a doença após um segundo exame, que deverá ser feito a partir de uma coleta de sangue após 48 horas da primeira (amanhã, a partir da data dessa atualização). No Facebook, o Ministério da Saúde lançou uma breve nota esclarecendo o resultado. Veja mais informações aqui, aqui e aqui.

*46* (10/10/2014, 14h): o primeiro caso suspeito de ebola é registrado no Brasil. O guinéu Souleymane Bah deu entrada no hospital de Cascavel, no Paraná, ontem à noite (dia 09) com febre alta. Ele foi transferido por um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas[3], na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), considerado referência para tratamento e contenção de doenças infecciosas. O ministro da saúde Arthur Chioro informou que o resultado sairá em 24 horas, confirmando ou não o caso suspeito. O Ministério informou, ainda, que mais de 60 pessoas, a maioria que estava presente na unidade de saúde de Cascavel entraram em contato com Bah mas informou que a probabilidade de terem pego a doença (já que não houve contato direto (e caso dê positivo)) é baixa, mas que irá monitorar esses indivíduos. No Facebook, Bah foi hostilizado por "trazer a porra do ebola" para o país. Estaremos de olho e novas informações serão publicadas aqui. Veja informações completas aqui, aqui, aqui e aqui.


*45* (09/10/2014, 13h): o primeiro paciente detectado com ebola nos EUA (citado em *41*) morreu na quarta-feira (dia 08). Mesmo tomando o medicamento experimental, o liberiano que estava no Texas não resistiu à doença. Veja mais aqui e aqui. Ainda sobre o caso, um paciente disse ter tido contato com o paciente zero americano e chegou no hospital apresentando sintomas de infecção por ebola, em uma cidade do Texas. O paciente está sendo observado. Veja aqui. E a diretora regional da OMS na Europa, Zsuzsanna Jakab, disse que mais casos de ebola no velho mundo serão inevitáveis. Como dito na atualização *43*, uma enfermeira na Espanha foi diagnosticada com ebola e está isolada, assim como mais duas pessoas que podem estar com o vírus em um hospital em Madri. A paciente, que pediu para não expor suas informações à mídia, está respondendo bem ao tratamento, que consiste em soro de pacientes que responderam ao ebola (como dito na atualização *34*). Veja aqui. E, ainda falando sobre a enfermeira da Espanha: o seu cão foi sacrificado pelas autoridades de Madri ontem. O cão, de acordo com a nota, representava um risco de transmitir o ebola para outras pessoas, justificando o sacrifício. O marido da enfermeira lançou uma campanha online para evitar que o cão fosse sacrificado, e acabou chamando a atenção de várias pessoas, que protestaram frente à casa para evitar que o cão fosse levado, sem sucesso. Veja mais informações aqui.

*44* (08/10/2014, 17h): Todd Kincannon, ex-diretor do Partido Republicano dos Estados Unidos disse, em várias postagens em seu Twitter, que os casos de ebola em seu país deveriam ser resolvidos de uma forma simples: executar os doentes e sanitizar toda a região afetada. A sanitização que o advogado prega no microblogging é jogar napalm (um combustível geleificado muito inflamável, conhecido por seus usos na Guerra do Vietnã). É nítida a falta de conhecimento científico desse cidadão. Veja mais aqui.

*43* (06/10/2014, 20h): uma enfermeira de Madri, Espanha, testou positivo para ebola, como anunciado hoje pelas autoridades de saúde do país. A enfermeira havia cuidado de um padre que acabou morrendo com a doença. A situação da mulher é estável e está sob cuidados médicos. Veja aqui.

*42* (02/10/2014, 19h): autoridades da Libéria ameaçam processar o americano que está com ebola nos Estados Unidos (veja atualização *41*). Isso acontece devido a suposta omissão do americano ao responder um questionário sobre se ele esteve em contato com doentes durante sua visita ao país. Veja aqui. E notícias, um tanto desencontradas, relatam que mais de 80 pessoas poderiam ter entrado em contato com o americano antes de ele ser isolado no Texas. A agência de notícias AP identificou o homem como sendo, na realidade, um liberiano, de nome Thomas Duncan. As autoridades americanas disseram, a princípio, que ele havia tido contato com 18 pessoas e o novo número é um grande salto. Veja mais informações aqui e aqui. E, finalizando essa atualização, a ONU disse hoje que o vírus do ebola pode sofrer mutações (devido ao grande número de pessoas que estão contaminadas) e ser transmissível pelo ar. Atualmente o ebola só é transmissível por contato direto com fluidos e mucosas dos doentes. A possibilidade de transmissão aérea é assustadora para todos. Veja aqui e aqui.

*41* (01/10/2014, 13h): o CDC americano confirmou o primeiro caso de ebola detectado nos Estados Unidos. O paciente, um funcionário do próprio CDC viajou até a Libéria, apresentou os sintomas da doença cinco dias depois de ter retornado ao país. A Libéria é um dos países mais afetados pelo surto. O paciente se encontra isolado em um hospital em Texas. Veja aqui. Até o momento, mais de 6500 suspeitos e mais de 3000 mortes já foram relatadas pela OMS. Uma representação especial da ONU está em Accra, em Gana, para monitorar de mais perto as ações dos grupos de saúde e auxiliar no combate à doença. Veja o comunicado.

*40* (25/09/2014, 20h): Lucia Malla, do "Uma Malla Pelo Mundo" conta um pouco mais sobre a epidemia atual em seu blog e diversas informações interessantes. Vale a leitura. Veja aqui.

*39* (25/09/2014, 13h): autoridades de saúde da Nigéria informaram que não há mais pacientes em observação com ebola no país. O país apresentou 20 casos e 12 mortes. Para a OMS, um país é considerado livre de um surto quando não se registram mais casos da doença após 42 dias. Veja aqui. Além disso, um  homem de Guiné foi internado na Suíça com suspeita de ebola. O paciente chegou no país dia 17 de setembro. Ele informou as autoridades de saúde que um familiar havia morrido com a doença cerca de três semanas atrás. O homem se encontra em observação pelas autoridades de saúde do país. Veja aqui.

*38* (23/09/2014, 14h): desde o confinamento que se iniciou no final de semana em Serra Leoa (veja atualização *30*), as autoridades de saúde encontraram 150 casos e 70 mortos devido ao ebola. Cerca de 30 mil agentes de saúde estarão investigando o país, enquanto os seis milhões de habitantes do país são obrigados a permanecer em suas casas. A medida é polêmica já que ao impor que as pessoas não saiam de suas residências. Veja aqui.

*37* (21/09/2014, 14h): uma estimativa um tanto alarmante do CDC dos EUA aponta que até janeiro de 2015, cerca de meio milhão de pessoas poderão estar infectadas com ebola. Esse valor é bem maior que os 20 mil que a ONU estimou de pessoas que poderão se infectar até a doença entrar em controle. O relatório, de acordo com a notícia, será divulgado semana que vem (caso ocorra alterações, essa atualização poderá ser alterada). Veja mais aqui.

*36* (21/09/2014, 12h): a ONU, em uma resolução publicado na quinta-feira (dia 18), afirma que o ebola é uma ameaça à segurança e a paz internacional e pede ajuda de todos os países do mundo para ajudar a conter a doença e sua constante disseminação. A resolução, inédita nesse tipo de assunto, ainda pede que as restrições de visita ao países afetados sejam revistos, de modo a facilitar a entrada de pessoas que possam ajudar e produtos de saúde. Veja aqui. A resolução da ONU acabou prevendo o que se veria a acontecer na sexta-feira, onde oito (ou nove, depende da fonte) membros de uma equipe de saúde que visitava uma área mais afastada ao sul de Guiné, área que faz fronteira com Serra Leoa e Libéria, foram assassinados pela população local, desconfiada da equipe que, misturada ao medo da doença e da instabilidade política que acompanha a região a décadas, acabaram matando os membros da equipe de saúde. Ainda é comum entre a população afetada pelo ebola acreditar que a doença foi trazida pelos estrangeiros afim de dizimá-los e que boas práticas de higiene não ajudam em nada. Veja aqui e aqui. E, para finalizar essa atualização, a enorme preocupação com ebola acabou fazendo médicos e enfermeiros negligenciarem outras doenças comuns na região, como aids e malária. A exaustão das equipes médicas e a falta de medicamentos estão comprometendo a saúde da população como um todo, não apenas dos afetados pelo ebola, mas os que contraem aids e malária, uma típica doença tropical. Com a falência do sistema público de saúde dos países, como a Libéria, hospitais estão fechando e o acesso ao medicamento para doenças que matam mais que o ebola está cada vez mais difícil. Veja aqui.

*35* (16/09/2014, 12h): ONU sobe o valor pedido para ajuda a conter o ebola nos países afetados. De US$ 600 milhões de dólares, a Organização agora pede ajuda de US$ 1 bilhão de dólares (veja atualização *27*). Cerca de 22,3 milhões de pessoas vivem em área de risco e precisam de alimentos e cuidados médicos e o dinheiro seria usado para solucionar esses déficits. Veja aqui. E o presidente norte-americano Barack Obama irá enviar cerca de 3 mil soldados para ajudar no combate o vírus. O presidente irá apresentar a proposta para o CDC durante uma visita que será feita à sede em Atlanta. Além disso, uma verba adicional de quase U$$ 90 milhões de dólares deverá ser pedido ao Congresso americano afim de adicionar ao montante doado até o momento. Veja mais aqui.

*34* (15/09/2014, 12h): a OMS recomendou o uso de soro de pessoas curadas do ebola para auxiliar no tratamento dos doentes (veja atualização *29*). Agora a Organização está denunciando um "mercado negro" de soro  de pessoas curadas de ebola. Entretanto os pacientes correm o risco de usar esse sangue que pode estar infectado por outras doenças ou ser aplicado de forma inapropriado, aumentando os problemas do doente e diminuindo (ao invés de aumentar) as chances de morte. Veja aqui.

*33* (13/09/2014, 13h): especialistas estão preocupados com a possibilidade do vírus ebola mutar a ponto de conseguir se propagar pelo ar. A medida que novos indivíduos são infectados pelo vírus, pequenas mutações podem ocorrer nele, podendo ganhar adaptações novas, como a preocupação mostrada pelo médico Michael Osterholm da Universidade de Minnesota, EUA. Veja mais aqui.

*32* (12/09/2014, 17h): o governo cubano enviou 165 profissionais da saúde para o oeste africano, local onde está ocorrendo o "grosso" do surto de ebola. Médicos, epidemiologistas e enfermeiros se concentraram em Serra Leoa, o segundo país mais afetado. A OMS agradeceu ao governo de Cuba pelo envio dos profissionais em uma nota na página do órgão.

*31* (11/09/2014, 13h): Senegal confirma que o paciente identificado com ebola no país foi curado. Veja aqui. E a Austrália isola paciente que visitou a África e retornou ao país com sintomas clássicos da doença. Ele está em monitoramento constante pela equipe de saúde local. Veja mais aqui. E Bill & Melinda Gates Fundation (do bilionário filantropo Bill Gates e sua mulher) irão doar US$ 50 milhões de dólares para ajudar no combate ao ebola. O dinheiro será repassado aos órgãos responsáveis da OMS que estão cuidando do assunto. Veja aqui.

*30* (07/09/2014, 19h): o governo de Serra Leoa impôs um pequeno período de confinamento (quatro dias) para todos os cidadãos do país (entre 18 e 21 de setembro). A medida visa conter a propagação viral entre os moradores. Veja mais informações aqui.

*29* (05/09/2014, 20h): a OMS recomendou o uso do sangue das pessoas curadas do ebola para auxiliar no tratamento de pessoas doentes. As pessoas que se curaram do ebola possuem anticorpos em seu sangue que conseguem combater o vírus e conter a infecção. A ideia é usar o soro do paciente (que contem anticorpos) e administrar nos pacientes infectados que, então, ajudariam no tratamento dos doentes. Veja mais aqui.

*28* (05/09/2014, 18h): União Europeia (UE) ajudará com €140 milhões de euros para ajuda médica e contenção do ebola nos países africanos afetados. Veja mais aqui. E a OMS escolheu 10 tratamentos experimentais e "promissores" para a cura do ebola. São oito medicamentos e duas potenciais vacinas. Um dos medicamentos na lista da OMS é o ZMapp, que estava sendo usado de modo experimental em alguns pacientes com ebola, tanto nos Estados Unidos como na Europa, com resultados incertos, mas interessantes. Pediu-se ajuda à indústria farmacêutica para acelerar as pesquisas no desenvolvimento de drogas e vacinas para conter o avanço desenfreado do vírus. Veja informações sobre os medicamentos aqui e mais notícias sobre o assunto aqui e aqui. Somado a essas notícias, temos o relato da jornalista brasileira Patrícia Mello para a coluna da Folha. Ela conta que, junto com o repórter fotográfico Avener Prado, passaram dez dias em Serra Leoa, um dos mais afetados pela doença e contou que, exceto sua saída do país afetado (onde ela foi examinada várias vezes), em nenhum momento, em qualquer outro país em que ela fez escala, foi visto sua condição de saúde, inclusive aqui no Brasil. Isso acende o alerta de uma certa facilidade em que pessoas com o vírus (mas ainda assintomáticas em voos) podem levar a doença para outros países rapidamente. Embora o Ministério da Saúde do Brasil informou que o risco da doença vir para cá seja baixo, vê-se que as autoridades brasileiras não estão se esforçando para reduzir o risco ao nível mais baixo possível. Veja o relato da jornalista aqui.

*27* (04/09/2014, 21h): a Organização das Nações Unidas (ONU) diz que serão precisos cerca de US$ 600 milhões de dólares para conter o surto de ebola nos países afetados. Embora a quantia seja muito alta, ela é irrisória perante aos gastos em outras áreas que causam mais problemas que soluções. O mundo gastou, em 2013, US$ 1,75 trilhão de dólares na área militar[2], onde apenas os EUA desembolsaram quase 700 bilhões de dólares nessa área. Nesse caso, o dinheiro necessário para conter um vírus com taxa de mortalidade de 50% (boletim de hoje) não é tanto assim. Mais informações aqui.

*26* (02/09/2014, 13h): número de mortes do surto isolado de ebola na Rep. Dem. Congo (veja atualização *24*) subiu para 31 pessoas. A OMS considera o surto nesse país como sendo diferente do surto principal, que matou mais de 1500 pessoas até o momento. Além disso, pesquisadores japoneses anunciaram um método mais rápido e mais simples para detectar o vírus ebola em amostras de sangue. O método promete identificar a presença do vírus em aproximadamente 30 minutos, contra cerca de duas horas do método atual, bem mais complexo. Veja informações aqui. E o FAO (o órgão das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação) alertou que o surto de ebola pode comprometer as próximas colheitas devido a falta de mão de obra para o plantio e o preço dos alimentos está subindo, já que muito do comércio de importação para os países atingidos foram suspensas por causa do medo de contrair a doença. Somado a isso, o medo da população fez com que os produtos se esgotassem rapidamente das prateleiras, piorando a situação. Calcula-se que mais de 65 mil toneladas de alimentos precisam ser enviados a mais de 1,3 milhões de pessoas que vivem em regiões afetadas pelo ebola. Veja informações aqui.

*25* (01/09/2014, 13h): o governo senegalês confirmou o primeiro caso de ebola no país. O caso, importado de Guiné, foi confirmado no último dia 29 de agosto e notificado pela OMS no dia 30. O estudante universitário guineense de 21 anos chegou na capital Dacar, em Senegal no dia 20 e três dias depois procurou o centro médico com queixas de febre, diarreia e vômito. O caso está em investigação. Veja mais aqui aqui.

*24* (27/08/2014, 15h): a OMS diz que os casos de ebola registrados na Rep. Dem. Congo são diferentes dos registrados nos demais países com o surto. Uma mulher grávida manipulou carne de caça que provavelmente estava contaminado com o vírus do ebola. A mulher adoeceu e morreu no dia 11 de agosto. A paciente entrou em contato com agentes de saúde e familiares. Até o dia 18 de agosto, das 24 pessoas que entraram em contato com ela, 13 morreram. As demais estão isoladas e em tratamento. Ainda não se tem confirmação laboratorial de que estão contaminados com ebola. Veja mais informações aqui.

*23* (25/08/2014, 19h): o Japão afirmou ter disponível cerca de 20 mil doses de um medicamento experimental que pode ser usado para combater o ebola. O medicamento, desenvolvido pela Fujifilm Holdings, originalmente foi aprovado como antigripal. O ZMapp, medicamento que foi usado em dois americanos e um espanhol (o espanhol acabou morrendo e os dois americanos sobreviveram e voltaram para a casa), está em falta (o laboratório Mapp, fabricante do medicamento, afirmou que todo o produto disponível foi fornecido para combater o ebola). Veja mais aqui. E a suspeita de um paciente com ebola na Bolívia foi, de acordo essa fonte paraguaia, foi completamente descartada pelas autoridades médicas do país.

*22* (25/08/2014, 14h): a Rep. Dem. Congo confirmou a morte dos dois pacientes que haviam sido diagnosticados com ebola (citado em *21*). Veja mais informações aqui.

*21* (24/08/2014, 17h): autoridades de saúde da República Democrática do Congo confirmaram hoje que dois pacientes foram positivo para ebola no país. Agora, cinco são os países com casos confirmados de ebola: Guiné, Serra Leoa, Libéria, Nigéria e Rep. Dem. Congo. O ministro Felix Kabange Numbi disse que a confirmação dos dois pacientes com ebola coloca a Rep. Dem. Congo em seu sétimo surto da doença desde a sua descoberta, em 1976, próximo ao rio Ebola. Mais informações aqui aqui. E o governo boliviano registrou uma suspeita de uma pessoa apresentando os sintomas clássicos do ebola: febre alta, diarreia e vômito. O caso ainda não foi confirmado por exames. Veja aqui.

*20* (23/08/2014, 19h): pesquisadores informaram que os morcegos frugívoros migratórios africanos foram os responsáveis por disseminar o atual surto de ebola. Os pesquisadores sempre suspeitaram que os morcegos fossem reservatórios naturais da doença e que poderiam transmitir a doença em contato com humanos e outros animais (chimpanzés, gorilas e antílopes poderiam se alimentar de frutos derrubados por morcegos potencialmente infectados), entretanto a pesquisa, que será publicada em breve em uma revista científica, aponta que os morcegos sozinhos são os principais responsáveis pela disseminação do ebola, visto que eles são amplamente consumidos pela população do oeste africano e a sua manipulação durante o preparo pode transmitir o vírus. Entretanto, o epidemiologista Fabian Leendertz, responsável pelo grupo de pesquisa, alerta que a caça aos morcegos com o objetivo de conter o vírus poderá ser "ecologicamente desastroso", já que "os morcegos polinizam as flores e comem insetos e a caça aos morcegos poderá aumentar o contato dos humanos com animais potencialmente infectados", ele diz. Veja mais informações aqui.

*19* (23/08/2014, 14h): a OMS admitiu que o surto de ebola foi subestimado pela entidade internacional e que ações na área para conter o vírus durarão de seis a nove meses, superando um pouco a previsão dada pelos MSF (citado em *15*). A falência dos sistemas públicos de saúde locais, a descrença da população de que o ebola é real e pessoas que não notificam um possível doente na família (e, se positivo, acaba transmitindo para os familiares) fazem do ebola uma doença difícil de ser contida. Mais informações, aqui. E o Karl, do blog Ecce Medicus, apresenta mais informações interessantes sobre o ebola. Veja aqui.

*18* (22/08/2014, 16h): a American Association for the Advancement of Science (AAAS), responsável pela revista Science, e Elsevier, responsável pela The Lancet e Cell disponibilizaram artigos e textos científicos de forma gratuita para profissionais da saúde e demais interessados em ter acesso ao conhecimento científico sobre o ebola. Basta acessar os sites e carregar os artigos de interesse. Vale a pena acessar esse tipo de conteúdo vindo de publicações científicas de alto impacto. Para a The Lancet e Cell, clique aqui e Science, aqui.

*17* (21/08/2014, 18h): os dois americanos (citados nas atualizações *6* e *12*) que contraíram ebola durante seus trabalhos de ajuda na Libéria e acabaram recebendo o tratamento experimental ZMapp receberam alta médica nessa semana., informou o Emory University Hospital (onde eles estavam sob tratamento). Os médicos afirmaram que ambos os pacientes não oferecem risco de transmitir o vírus para seus familiares e amigos. O tratamento ZMapp foi liberado de forma emergencial (sem passar por estudos mais rigorosos tanto em animais como em humanos) pela OMS após a constatação que a doença está fora de controle. Para mais informações, clique aqui.

*16* (21/08/2014, 12h): dados divulgados ontem pela OMS apontam quase 2500 casos registrados de ebola e impressionantes 1350 mortes provocados pela doença. Mais aqui. Um paciente na Califórnia foi isolado nos Estados Unidos com suspeita de ebola. Exames de sangue estão endo realizados pelo CDC afim de verificar a presença ou não do vírus. As autoridades americanas acreditam se tratar de um alarme falso mas, por medidas de precaução, o paciente está em um quarto isolado. Mais informações aqui.

*15* (15/08/2014, 20h): a organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) acredita que o surto de ebola estará em controle só daqui a seis meses. Até o momento, 1069 pessoas já morreram vítimas da doença, entre eles oito especialistas em saúde que estavam na linha de frente de combate à doença. Mais aqui.

*14* (13/08/2014, 15h): recomendo a leitura do excelente texto do Luiz Bento, do Discutindo Ecologia, que explica melhor dos motivos ecológicos e sociais que permitem o ebola, a doença (surto atual) com mortalidade de 60% se propagar tão rápido na África. O texto ajuda a entender o motivo da baixa preocupação do ebola ser um problema em outros continentes. Veja aqui.

*13* (12/08/2014, 17h): o missionário espanhol Miguel Pajares que havia contraído o ebola enquanto ajudava pacientes na Libéria (citado em *8*) morreu hoje. Ele estava sob tratamento do medicamento experimental ZMapp (assim como os americanos citados em *12*). Veja mais aqui. E, agora, depois da Arábia Saudita, a Costa do Marfim proibiu voos de passageiros para Guiné, Libéria e Serra Leoa, os três dos quatro países mais afetados pela doença. O medo é justificado pelo fato do país fazer fronteira com Guiné e Libéria. Já a Arábia Saudita pedem que as pessoas dos países afetados evitem visitar locais sagrados do islamismo para evitar a propagação do vírus. Mais aqui.

*12* (12/08/2014, 13h): a OMS liberou o uso de um medicamento experimental para tratamento do ebola, visto ao avanço desenfreado do surto. O boletim do dia 11 de agosto registrou, pela primeira vez, mais de 1000 mortes (1013 para ser mais preciso) e 1848 casos. O número de medicamentos ainda é limitado e a própria OMS levanta a polêmica questão de quem deverá receber o tratamento experimental. A liberação sem maiores testes foram liberados depois da melhora de dois pacientes americanos (citados em *6*) que utilizaram o tratamento experimental ZMapp. Veja mais informações aqui aqui.

*11* (08/08/2014, 22h): o presidente nigeriano Goodluck Jonathan declarou estado de emergência no país logo após a declaração de emergência pública da OMS. Além disso, o presidente declarou o repasse de mais de US$ 11 milhões de dólares para ajudar a conter a epidemia. Veja mais informações nessa notícia. Já o diretor de operações do Médico Sem Fronteiras (MSF) Bart Janssens disse que a declaração da OMS divulgada hoje [data da atualização; vide atualização *10*] mostra que a entidade está levando a sério o surto de ebola, "mas declarações não salvam vidas", como bem disse. Para ele, é preciso um apoio e investimento massivo não apenas da OMS nas de países ricos e com condições de ajudar, tanto com médicos como com equipamentos, medicamentos e kits. Veja mais aqui.

*10* (08/08/2014, 14h): hoje, a OMS declarou o ebola como Emergência de Saúde Pública Internacional, Até então, apenas a poliomielite e a gripe A haviam sido declarados nesse nível de emergência. Com isso, novas medidas para conter o vírus serão tomadas no que a entidade considerada como sendo uma doença já fora de controle. Embora nenhuma medida de quarentena tenha sido adotado aos países afetados (Libéria, Serra Leoa, Guiné e Nigéria) e nem restrições de visitação para esses países, a OMS pede que os afetados não saiam dos países até o fim do tratamento (apenas se houver autorização do país de origem do paciente, como ocorreu com os americanos e o espanhol) e os quatro países deverão efetuar exames em pessoas com suspeita de ebola em aeroportos, portos e outras unidades de fronteira. O pior surto de ebola desde sua descoberta no fim da década de 70 já ceifou 961 vidas [data dessa atualização]. Informações aquiaqui e aqui.

Tweet da OMS alertando sobre a declaração de
Emergência de Saúde Pública. Tweet aqui.
*9* (07/08/2014, 21h): Estados Unidos elevam o nível de alerta ao máximo no país. Com isso, o cordão sanitário será reforçado, e o CDC (Centers for Disease Control and Prevention) irá monitorar aeroportos, portos e postos de fronteiras em busca de pessoas que apresentam sintomas do ebola. Veja aqui. A cidade Mpumalanga, na África do Sul (uma cidade turística) também decretou alerta máximo ao ebola. Mais informações aqui. Já no Brasil, o Porto de Rio Grande, em RS, reforçou o alerta de risco para o ebola também. Como o porto recebe navios de vários países, incluindo da África (como a Libéria, um dos países com casos registrados), a medida visa aumentar a segurança e impedir a entrada do vírus no país. O Ministério da Saúde já emitiu nota informando que as chances do ebola chegar e disseminar no país e muito baixo. Veja mais informações aqui.

*8* (07/08/2014, 12h): o missionário espanhol Miguel Pajares conduzirá seu tratamento contra o ebola que contraiu na Libéria em seu país, Espanha. Ele chegou hoje (dia a atualização) juntamente com uma freira que o ajudava com a mobilização para conter o vírus na Libéria. De acordo com as informações, o resultado para ela foi negativo para ebola. Veja mais informações aqui. Ontem (dia 06), a Libéria declarou estado de emergência no país no que é declarado o pior surto da doença já registrado desde sua descoberta. O estado de emergência deverá durar 90 dias. Foi relatado nessa semana que os americanos (citados em *6*) estavam sob tratamento de uma droga experimental chamada ZMapp, uma droga com anticorpos monoclonais humanizados. Veja aqui.

*7* (02/08/2014, 22h): os países africanos que estão sofrendo com o ebola (Guiné, Libéria e Serra Leoa) vão isolar áreas onde cerca de 70% dos doentes estão presentes. E, também, a Emirates, uma empresa aérea, suspendeu voos para Guiné para evitar que passageiros e tripulação entrem em contato com a doença. Veja mais aqui.

*6* (02/08/2014, 21h): um dos dois americanos que trabalhavam para conter o ebola na Libéria, o médico Kent Brantly chegou nos Estados Unidos para ser tratado da doença. É a primeira vez que um doente é presente no continente americano. A enfermeira Nancy Writebol é esperada nos EUA também para tratamento. Além disso, os EUA irão realizar testes em humanos com vacina para o ebola. Se tudo der certo, espera-se que esteja disponível para uso dos enfermeiros e médicos na linha de frente do combate à doença já em 2015. Veja mais informações aqui (americanos com ebola) e aqui (vacina).

*5* (30/07/2014, 14h):  o virologista Khan, citado na atualização *3* morreu ontem, dia 29. Khan ajudou no tratamento de mais de 100 pacientes vítimas da doença. Além dele, outros médicos e funcionários da saúde foram acometidos pelo ebola. Leia a matéria sobre o assunto aqui. Além disso, autoridades médicas estão atrás dos passageiros que viajaram junto com o liberiano Patrick Sawyer, citado na atualização *4*. Ele pegou dois aviões, saindo da Libéria, um dos países com ebola, e chegou em Lagos, Nigéria, já bastante doente. Ele foi identificado posteriormente com ebola. Agora, estão sendo procurados os 59 passageiros e tripulantes que entraram em contato com ele durante o voo. Todos deverão ser submetidos a testes para verificar se estão com ebola. Veja mais aqui.

*4* (25/07/2014, 17h): a Nigéria relatou a primeira morte causada pelo ebola no país. Patrick Sawyer, um liberiano de 40 anos, morreu em Lagos, a segunda maior cidade da África (atrás apenas de Cairo, Egito). As autoridades de saúde da Nigéria confirmaram que o paciente era portador do ebola. Veja mais aqui e aqui.

*3* (23/07/2014, 15h): um dos médicos responsáveis no combate contra o ebola em Serra Leoa, o virologista Sheik Umar Khan contraiu a doença. Agora ele está internado na cidade de Kailahun, epicentro da doença no país. Veja mais informações aqui.



*2* (23/07/2014, 12h): pela primeira vez desde que a doença foi descoberta em 1976 o número de casos passaram de 1000. O boletim da OMS de 19 de julho de 2014 registrou 1048 casos e 632 mortes causados pelo ebola.

*1* (14/07/2014, 19h): o Vine do Médico sem Fronteiras do Reino Unido publicou um vídeo mostrando como os médicos locais se preparam para atender a um possível doente com ebola. Vi num RT de um RT de +Claudia Chow  no Twitter.


Rodapé:
[1]: boletim do dia 08 de outubro de 2014, com dados recolhidos até 05 de outubro. Veja o boletim epidemiológico desenvolvido pela OMS referente a esses dados.

[2]: os gastos da área militar em 2013 podem ser vistos com maiores detalhes aqui.

[3]: filho de Carlos Chagas (que descreveu com maestria a doença de Chagas, causada pelo Trypanosoma cruzi), Evandro (que é homenageado dando o nome ao Instituto) apresentou detalhes do protozoário Leishmania chagasi, causadora da leishmaniose. Entretanto, atualmente, sabemos que o Leishmania infantum, que era conhecido a décadas, e o L. chagasi são, na realidade, o mesmo protozoário. Devido a regras de catalogação e outras normas taxonômicas, ficou convencionado apenas a forma infantum, deixando o epíteto chagasi nos antigos livros de biologia e na história.

Imagem que abre a postagem: original aqui.

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