[vídeo] Animais extintos

Apesar de não oficial, muitos cientistas usam o termo 'antropoceno' para marcar o período geológico
o qual o impacto da atividade humana marcou a paisagem para sempre. 

Desde o alvorecer da humanidade a nossa espécie se tornou especialista em modificar o ambiente ao seu bel prazer. Isso começou a ocorrer por volta de 12 a 10 mil anos atrás, quando o homem começou a cuidar de animais e a plantar pela primeira vez. A Revolução Agrícola permitiu que o homem se assentasse, construindo grandes conglomerados de pessoas que antes seria impossível de manter.

A prática de caçar animais persistiu na espécie humana, mesmo não tendo mais a necessidade de caçar o alimento graças à pecuária. Caçar animais para usá-los em práticas religiosas diversas, como divertimento ou como um alimento exótico sempre foram considerados normais. Infelizmente essas práticas trouxeram o fim para muitas espécies.

* * *

A maior parte da vida biológica se adaptou a uma determinada condição do ambiente. Os ursos- polares, por exemplo, uma espécie vulnerável[1], se adaptou ao ambiente gélido do ártico. O mico-leão-dourado, em perigo de extinção, são encontrados na Mata Atlântica. Os pombos, por sua vez, são encontrados em todo o mundo e é uma espécie que não oferece preocupação quanto ao seu estado de conservação.

As duas primeiras espécies estão na lista de animais ameaçados de extinção pelos mesmos motivos (mesmo vivendo tão distantes um do outro): a ação do homem. No ártico, a pele do urso-polar é um material visado por caçadores, somado ao fato do ambiente onde a maior parte da população vive em áreas de interesse na exploração do petróleo e gás natural. Já a Mata Atlântica do mico-leão-dourado foi quase completamente devastada, restando alguns trechos no litoral brasileiro.

Já o pombo, se adaptou muito bem ao ambiente urbano da espécie humana. E como não faltam cidades no mundo, podemos dizer que o habitat natural do pombo deixou de ser o ambiente silvestre e passou a ser o ambiente urbano.

Infelizmente a maioria das espécies não conseguem se adaptar a novos ambientes, por imposição geográfica ou biológica. Muitas espécies não conseguem se reproduzir mais rápido que do são capturadas. Esses fatores somados levam à triste estrada das espécies que não voltaremos a ver nunca mais.

Existem registros raros de animais que não existem mais que foram capturados logo nos primeiros anos da gravação de vídeos criado pelo homem. O vídeo abaixo apresenta algumas espécies que foram registrados no século passado e que, infelizmente, não estão mais conosco.


As espécies apresentadas no vídeo são:

  1. Galinha-de-charneca (heath hen[2]): vivia na América do Norte. Eram animais comuns durante o período colonial americano. Por sua semelhança a uma galinha comum, foi caçada exaustivamente para alimentação. Extinta em 1932.
  2. Tilacino (thylacine): mais conhecido como lobo-da-tasmânia, era natural da Oceania. O último exemplar vivo era de um zoológico, que viveu até 1936. Relatos de que o animal fora encontrado nos últimos anos reacendeu a esperança de biólogos, mas nada foi confirmado.
  3. Codorniz-de-Laysan (Laysan crake): viveu no Havaí. Mudanças no ambiente e a guerra levaram a extinção da espécie em 1944.
  4. Sapo-dourado (golden toad): vivia em pequenas regiões da Costa Rica, na América Central. A última vez visto foi em 1989. Acredita-se que as mudanças climáticas alteraram o frágil ecossistema onde o sapo vivia.
  5. Golfinho-branco (Baiji dolphin): em 2006, após semanas de buscas no rio Yang-Tsé chinês, a espécie foi declarada extinta. Entretanto relatos de avistamento do mamífero colocaram em xeque a afirmativa de extinção. Atualmente a espécie é declarada como 'em perigo crítico', um passo para ser declarada extinta[3].
  6. Rinoceronte-negro-ocidental (western black rhino): extinto oficialmente em 2011, a espécie era geneticamente diferente de outras espécies de rinocerontes africanos. Viviam no Camarões e nenhum outro indivíduo foi encontrado desde então.
No final aparece uma longa lista de animais que foram extintos desde o início do século XX até então. É impressionante o impacto que as mudanças causadas por nós está deixando para as futuras gerações.

Hoje assistimos no vídeo acima espécies que sobreviveram no registro histórico. Será que no futuro outros vídeos serão mostrados a nossos filhos e netos de animais que ainda existem entre nós?


Rodapé:
[1]: a União Internacional de Conservação tem uma lista que classifica as espécies entre extintos, ameaçados ou de baixo risco (com subclassificações dentro desses três principais). Diversos fatores são levados em consideração no momento de inserir ou não alguma espécie como ameaçada de extinção. Veja aqui as classificações do estado de conservação.

[2]: algumas espécies não possuem tradução para o português e foram adaptados, em tradução livre.

[3]: antes da extinção completa, a espécie pode ser encontrada em zoológicos e centros de conservação. Existe a classificação de 'espécie extinta na natureza', que pode ocorrer em alguns casos.

Imagem que abre a postagem. Veja a carta estratigráfica do tempo geológico aqui.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Calendário Cósmico 07

A mágica do diagnóstico - post 2

Répteis não existem...