O futuro do Universo

Em 'Interestelar', a equipe de efeitos especiais utilizou de equações e dados de observação para construir o melhor modelo de um buraco negro até então. Provavelmente o futuro do Universo residirá em uma competição ferrenha de buracos negros ao longo de bilhões de anos. O Gargantua, nome do buraco negro no filme, é resultado de uma versão mais maquiada e menos poluída da 'realidade', mas os dados que eles obtiveram com a construção do modelo foram tão boas que um artigo científico sobre o assunto foi publicado em 2015.

Como será o último instante de vida do Universo? Será que ele acabará com um grande colapso ou será sutil? Acabará em chamas ou no mais completo gelo?

Desde quando começamos a entender mais sobre a física do Universo e entender que o Big Bang, evento que culminou no Universo o qual vivemos hoje, se mostra uma melhores formas de explicar uma porção de coisas[1], esse tipo de questionamento saiu do puramente metafísico e ganhou o status de ser cosmologicamente válida. Afinal de contas, se o Universo teve um começo, que se iniciou há 13,8 bilhões de anos, é sensato pensar que ele ainda está envelhecendo e que coisas poderão acontecer com ele no futuro.

Mas que tipo de coisas? Quando será esse futuro?

Essas questões é que movem as cabeças dos cosmólogos e dos astrofísicos teóricos. Apesar de nossa compreensão da física ter crescido enormemente ao longo do último século, muita coisa ainda é desconhecida por nós. A falta de informações que nos mostra um panorama mais "real da realidade" acaba trazendo dificuldades para que possamos entender como será o futuro do Universo[2].

Mas isso não significa que não podemos tentar.

Apesar de nosso conhecimento limitado, a humanidade conseguiu acumular um grande volume de dados apenas olhando para o céu noturno (e mandando alguns brinquedinhos para o espaço).

O vídeo abaixo, uma compilação animada (e muito bem feita) mostra o que sabemos sobre como será o derradeiro fim do Universo. Observe que as escalas de tempo se tornam cada vez mais impossíveis de serem compreendidos pelo ser humano, a ponto de que o tempo perde completamente a importância, já que eternidades se passarão para que alguns eventos ocorram.

Legendas em português disponível nas configurações do vídeo.

Com o que temos até o momento é possível criar uma possível história para o fim do Universo, cheio de coisas estranhas e com muita ação, encerrando de forma sutil e gélida.

Quanto mais conhecimento tivermos daqui para a frente, melhor será nosso entendimento sobre o passado do Universo, como ele é atualmente e como será o futuro dele. Para tanto, não podemos parar de olhar para cima, quebrar a cabeça para entendê-lo e, até mesmo, usar a nossa boa imaginação para contemplar o nosso lar cósmico.

Bons céus!

🔭🌌

Rodapé:
[1]: a ideia do Big Bang veio a partir dos trabalhos do sueco Georges Lemaître com seu 'ovo primordial'. Os dados que surgiam na época mostravam que o Universo estava em expansão, visto que as galáxias estavam se afastando mutualmente uma das outras. Lemaître propos que, no passado, todas elas estariam mais próximas e, no passado mais distante, elas estariam todas juntas em um único ponto, o 'átomo primordial'. Naturalmente a hipótese, com o passar do tempo, ganhou adeptos e foi sendo refinada. Hoje, a teoria do Big Bang explica uma gama de fenômenos observados no universo, desde a radiação cósmica de fundo em micro-ondas e existência do hidrogênio. Apenas o surgimento do universo nesse tipo de evento sustenta o observado atualmente.

[2]: as principais limitações que envolvem entender o Universo (tanto o passado como o futuro) residem em nossa ignorância sobre a energia escura, uma energia hipotética que se espalharia por todo o espaço e permitiria explicar a expansão acelerada do Universo (já que o Universo está se expandido a uma taxa acelerada, ou seja, algo está empurrando cada vez mais essa expansão). O problema da energia escura é que ela surge apenas para explicar as observações atuais sobre o Universo e, até o presente momento, nunca foi vista diretamente ou nada do tipo. Outro problema é justamente sobre a geometria do Universo (qual a forma dele). Apesar do senso comum apontar para um universo esférico, a matemática aponta mais de uma possibilidade de forma (além da esférica, teríamos uma em forma de sela de cavalo ou plana). E a forma do universo é de extrema importância para sabermos como será o futuro dele.

Imagem que abre a postagem aqui.

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